segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Désolé




Nesta semana em que tudo foi dia;
O céu estava branco.

Não que no fim destes dias anoiteceu:
Tudo permaneceu exatamente branco.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Départ

Que não te dobro, disso já sabia.
Sentindo a textura de teus arranhões,
A aspereza de tua língua...
Percorro, afundado, tuas impressões,

[Teus vincos e frestas: teus punhos.

Os estalos da tua pele.
Da ponta dos meus pés, enxergo a moldura da janela

[as luzes dos barcos, solo sujo do rio Pina...

e o teu sorriso estranho.
A volta do teu corpo:
o barulho dos teus passos contrários aos meus...
Escuta minha voz:
Digo teu nome como se soprasse poeira.

Saulo Feitosa, novembro de 2009.