Talvez porque eu mesmo
me engane:
não reconheço teu corpo;
não vejo teu esticar de pernas
[chocando-se contra as minhas
não te encontro dentro do nosso acordar.
Talvez porque eu tenha dormido demais
Tenha sonhado tão pouco
Tenha acordado tantas vezes
[não te reconheço em nossa mesa
Talvez porque isso tudo não exista:
Não sinto o cheiro do teu banho
o peso das tuas mãos
as cores do teu vestido:
O barulho do teu sorriso...
Talvez porque tenhas ido,
enganado eu siga meus passos,
atingindo cada instante
com a incerteza do próximo.
Saulo Feitosa, Abril, 2010
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