domingo, 20 de dezembro de 2009

Hail to the Thief


Foi com uma imensa surpresa e felicidade que recebi o e-mail de Juliano falando sobre esse assunto....
Thom Yorke, entrou disfarçado de jornalista na reunião do COP15 em Copenhague e, pra não ficar diferente, falou coisas que concordo plenamente...

“Isso me irrita porque os princípios básicos são princípios básicos. É um monte de homens reprimidos de meia idade, que enxergam através das suas próprias esferas de interesses particulares, e não veem o processo como um todo”

Enquanto isso as pessoas na sala de jantar tiram fotos e bebem do melhor vinho com toda a Europa debaixo de neve...
Não haveria clima melhor para se tomar um vinho...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Alomodóvar, demasiado Almodóvar...

É assim que se passa "Los Abrazos Rotos" de Almodóvar: ele mesmo por todos os cantos, falas, cores (as famosas "cores de Almodóvar"), closes, músicas...
Concordo com o fim da resenha do omelete.com: Almodóvar resiste ao desbotamento.
É sempre bom, nestes tempos de Luas Novas e Avatares, ir ao cinema e ser arrebatado por closes de lençóis, abraços, olhos e até radiografias... E ele como ninguém ainda consegue achar belas atrizes para atuar...
Enfim, se não se trata do melhor filme do ano, se não é melhor que Carne Trêmula, Fale com Ela e Volver, foi realmente o melhor filme no momento certo para mim.
Viva as cores de Almodóvar (e suas atrizes, seus movimentos de câmera, seus roteiros...)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Saldo parcial da fatura - Continuação (...)

5- Amigos - todos os meses de 2009 - Promessa eterna de encontros que não aconteceram
6- Amor - mês: novembro - You can´t always get wat you want...
7- Atividade física - mês: dezembro - Um pouco mais de ciclismo
8- Continua na próxima página...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Saldo parcial da fatura...

2009:

1- Radiohead - mês: Março - realidade

2- Campinense Clube - mês: Novembro - rebaixamento para Série C

3- Clínica Médica - mês: Janeiro 2010 - fim da residência

4- Continua na próxima página

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Para aqueles que sabem quem são...


"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza."

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Désolé




Nesta semana em que tudo foi dia;
O céu estava branco.

Não que no fim destes dias anoiteceu:
Tudo permaneceu exatamente branco.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Départ

Que não te dobro, disso já sabia.
Sentindo a textura de teus arranhões,
A aspereza de tua língua...
Percorro, afundado, tuas impressões,

[Teus vincos e frestas: teus punhos.

Os estalos da tua pele.
Da ponta dos meus pés, enxergo a moldura da janela

[as luzes dos barcos, solo sujo do rio Pina...

e o teu sorriso estranho.
A volta do teu corpo:
o barulho dos teus passos contrários aos meus...
Escuta minha voz:
Digo teu nome como se soprasse poeira.

Saulo Feitosa, novembro de 2009.