quarta-feira, 25 de junho de 2008

Barro e semente

Quebrei a pedra
Revirei-a pelo contrário de sua aspereza
Esfarelei o pó entre os dedos
Lavei o rosto com a imundície de minhas mãos
Chorei
[ desenhando fuligem no rosto
Cavei mais uma vez na sujeira nos meus dedos
Molhei a terra
Enfiei-me no barro de mim mesmo
Tornei-me cerâmica
[minha casca deformada
Queimei para ficar rígido
Bati para ouvir meu som
Olhei para admirar a cor
As formas todas absurdas
Inacabadas
Tornei-me cego, insensível
Paralítico.

3 comentários:

Wagner Marques disse...

a pedra no caminho é a ponte para o chão.

itaca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
itaca disse...

who could explain it better?...