terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ventiladores do meu juízo!

Agradeço a Estela pela inspiração do título...



©copyright: Jarbas Delmoutiez. Indigo. 2009


Voltando um pouco no tempo (e nesse momento começamos a contar o tempo em décadas e não mais em semanas...) há aproximadamente 6 ou 7 anos mergulhei junto com alguns amigos numa aventura de ter uma banda. Embora as bandas que conseguissem tocar na cidade na sua maioria, tocassem covers, nunca me interessei pela idéia...queria tocar músicas próprias...havia também outro ponto particular, queria que fosse uma banda com vocal feminino, outra dificuldade, pois tentar fazer com que outra pessoa cante uma música que você fez não é das tarefas mais fáceis...
Naquela época nos juntamos, eu (guitarra), Renato Hennys (baixo), Anahi (vocais) e Fabrício (produtor) para tocar... Produtor? Pois é, nem tínhamos começado e já havia um produtor. Neste caso Fabrício era o que mais entendia de música (tecnicamente falando) e era importante alguém que não tivesse diretamente incluído na banda para dar opiniões sobre o processo criativo. Como podem notar éramos incompletos, não havia teclados, bateria ou percussão... difícil... mas mesmo assim tentamos, por algum tempo, nos tornar esta "banda" que queríamos ser. Fizemos uma pesquisa com nossos amigos para escolha do nome da banda: INDIGO. E escolhemos um símbolo para representar nossa música: um ventilador antigo que tinha aqui em casa (referência direta a máquina de lavar do Sonic Youth). Jarbas desenhou o ventilador e antes mesmo que tivéssemos qualquer música pronta, já tínhamos uma camisa com o nome da banda e o tal ventilador na frente. Alguns amigos compraram e usaram a camisa, ajudou a despertar a curiosidade dos outros... Nome do primeiro álbum: IT.
Mas aí vem a realidade: na verdade tínhamos feito primeiro um marketing de uma coisa que estava ainda no embrião... não tínhamos mesa de som, gravadores, apenas um microfone semi-profissional e caixas de baixa qualidade... Gravamos nossa primeira música no meu apartamento no centro da cidade, no som da minha casa (um Panasonic preto) com a guitarra e o baixo plugados no auxiliar e o microfone na entrada frontal... numa fita K7, com minha mãe chegando do trabalho, os cachorros latindo e os instrumentos com afinação incorreta... mais amador que isso é difícil... o nome da música: You Couldn't see Through my Blur Breeze. Éramos ousados...
Ainda sonhamos com alguma coisa... mas cada um seguiu seu caminho e a vontade se diluiu no cotidiano.
Anos mais tarde eu achei essa fita K7 e com a ajuda de Fabrício (e das "novas tecnologias") conseguimos transformar aquela gravação em .mp3, afim de tentar não perder aquele registro.
Anos mais se passaram e perdida nos cada vez maiores HD's, achei essa gravação... foi como se tivesse ouvido a música pela primeira vez... contei a Anahi no último Natal dos Abandonados e ela disse saber cantar ainda a música...
Então aí está nestes tempos fluídos de blogs, twetters, facebooks... a estréia da extinta banda de uma só música.
Para nos lembrarmos do tempo que ainda acreditávamos no impossível e tentávamos torná-lo real.

Banda: Indigo
Integrantes: Anahi (vocais), Renato Hennys (baixo) e Saulo Feitosa (guitarras)
Produtor: Fabrício
Arte: Jarbas Delmoutiez
Disco: It
Música: You Couldn't see Through my Blur Breeze


3 comentários:

Juliano disse...

Faltou você dizer que tocou no teatro municipal de Campina Grande!

Unknown disse...

Desde o princípio eu era uma "cantora" ad hoc, a ser substituída por uma cantora de verdade. Fico imaginando como a música realmente é bonitinha, não fosse minha voz. Mas Pessoa estava certo e minha alma não é pequena. ;)

Saulo Feitosa disse...

Nada de cantora "ad hoc"....